Ex-pastor que virou morador de rua tenta se livrar do vício das drogas: ”Fiquei sem nada˜

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Foto: Reprodução/ Internet

O número de moradores de rua em Araguaína, norte do Tocantins, chama a atenção. Segundo um levantamento feito pelo Sistema Único de Assistência Social do município, são cerca de 100 pessoas. Um deles é Fernando Ribeiro. O ex-pastor, que também era empresário, está há mais de um ano morando nas calçadas do segundo município mais populoso do estado. Apesar do sofrimento, ele tem esperança de se reerguer.

A avenida Filadélfia virou moradia para Fernando. Ele vive nos arredores do local há mais de um ano. Tudo começou depois que ele se separou da ex-mulher. O ex-pastor conta que entrou em depressão e caiu no mundo das drogas. A empresa que ele tinha no ramo de transporte também não deu certo.

“Tive a infelicidade de conhecer o crack, de viciar nisso. Até então eu tento me levantar várias vezes. Tinha uma certa situação boa mas fui perdendo empresa, emprego, casa, fiquei sem absolutamente nada. Exatamente sem nada, mas fiquei com uma coisa, com o desejo de vencer”, disse.

As unhas e os pés encardidos por tanto sofrimento ganham quase nada da atenção de quem passa. E em meio a solidão, o ex-pastor encontra conforto na música. Ele toca violão e relembra os hinos que cantava na igreja. “São poucos os amigos que param para conversar. E antes eu tinha muitos amigos. Mas muito mesmo”.

Apesar de todo sofrimento, ele mantém a esperança e a fé. “Mesmo eu ter perdido, minha empresa, perdido casa, esposa, Deus me deu a felicidade de ter uma esperança. Eu espero que Deus me tire das ruas, me liberte das drogas e me faça pastor Fernando, o cantor, o pregador, o discípulo de Jesus”.

A maior parte dos moradores de rua é da própria cidade. “Há um trabalho minucioso que requer tempo, não há algo que tenha uma solução prévia, porque temos que considerar o contexto sociai daquela pessoa, daquela família, e isso leva tempo”, diz a coordenadora do Sistema Único de Assistência Social do município, Isabel Cristina Maranhão.

Muitos são envolvidos com as drogas e com o álcool. Para retirar tanta gente da rua, o trabalho não é simples. Araguaína ainda conta com o auxílio principalmente de voluntários. Há também uma comunidade terapêutica mantida pela prefeitura e uma igreja. O pastor Antônio Silva também mantém um trabalho numa chácara através de doações onde já conseguiu tirar do mundo das drogas mais de 50 pessoas. Ao todo, 25 estão em tratamento hoje.

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