Evangélica decide futuro de Eduardo Cunha

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A deputada federal Tia Eron (PRB-BA) tem sua trajetória política ligada à Igreja Universal. Seu mandato é focado, sobretudo, na luta em defesa dos direitos da mulher e da igualdade racial. Contudo, passou a ser figura decisiva nos últimos dias por fazer parte do Conselho Ética da Câmara, que pode cassar o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Detentora do voto que pode dar ao presidente afastado apenas uma suspensão de três meses por ter mentido na CPI. Ela faltou à audiência desta semana, o que causou um novo adiamento do caso. Segundo O Globo, seus aliados afirmam que o voto dela será decidido por Marcos Pereira, pastor licenciado da IURD e aliado de Cunha.

“A atuação dela sempre foi vinculada à Igreja Universal. O voto não é dela, é do Marcos Pereira. O que ele mandar, ela vai fazer. Por ela, ela não votaria a favor de Cunha, mas a informação é que o Marcos Pereira entrou nisso”, afirmou uma liderança política baiana.

Já o líder do PRB na Câmara, o deputado Márcio Marinho (BA), negou que haja interferência da sigla sobre a parlamentar. Insiste que ela está livre para definir seu voto. “A decisão será de foro íntimo da deputada Tia Eron. O partido a liberou para votar como ela quiser”, asseverou.

Curiosamente, Tia Eron é integrante da bancada evangélica, assim como Marcos Rogério (DEM/RO), relator do processo que investiga Cunha. Seu parecer, apresentado dia 1, pede a cassação do mandato do peemedebista. Para Rogério, Cunha quebrou o decoro parlamentar ao mentir à CPI da Petrobras que não possuía contas no exterior. O fato foi posteriormente provado, o que gerou o pedido de cassação.

Eronildes Carvalho frequenta os cultos da igreja desde criança, acompanhando a mãe. Posteriormente, tornou-se professora da Escola Bíblica Infantil, onde passou a ser conhecida como “tia Eron”. O apelido foi incorporado ao nome político.

Seu trabalho social na igreja, em bairros pobres de Salvador, a motivaram a entrar na vida política. Seu primeiro mandato foi de vereadora na capital baiana em 2000, pelo extinto PFL. Foi reeleita três vezes, a última delas pelo PRB.

Além de deputada federal, Tia Eron cursa Direito na Faculdade Batista Brasileira. Aos 44, é viúva há mais de dez anos. Em entrevista ao GLOBO, em novembro do ano passado, afirmou que uma das coisas que marcaram sua trajetória foi o assédio sexual sofrido por ela ao tentar reativar a Comissão Temporária de Combate à Discriminação Contra a Mulher, na Câmara Municipal de Salvador.

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