A série 13 Reasons Why, divulgada desde o março deste ano, ainda gera controvérsias. Desde o seu lançamento, a obra suscitou temas que são tabus na sociedade, como bullying e suicídio. Mas especialistas e pais questionaram o efeito desta abordagem.
Um recente estudo com base em buscas do Google, encaminhado por pesquisadores dos Estados Unidos da América (EUA), verificou a incidência de procuras por métodos de suicídio e também de ideações suicidas.
“13 Reasons Why é, infelizmente, um exemplo claro de como ignorar as recomendações de combate ao suicídio resulta em consequências não intencionais, mas terríveis”, disse o epidemiologista John Ayers, pesquisador da Universidade Estadual de San Diego.
A busca se deu entre os dias 31 de março, quando a série foi lançada, até o dia 18 de abril. Desde que a produção foi lançada, o volume de buscas sobre suicídio, incluindo métodos para morrer, aumentou em mais de 1 milhão.
Apesar também do aumento das buscas por ajuda, a avaliação dos pesquisadores não é positiva, já que consideram a procura por suicídio propriamente dito muito maior – o que se sobrepõe aos efeitos positivos da trama.
“Deveríamos estar muito preocupados. Quanto mais alguém contempla a ideia de suicídio, maior é a probabilidade de que a coloque em prática”, disse o epidemiologista.
A psicóloga Kimberley O’Brien comentou a estratégia de lançamento das temporadas de séries na Netflix, cujos episódios são liberados em massa, o que faz com que as pessoas passem largas horas assistindo em sequência – uma ação conhecida popularmente como “maratonar”.
“Essa imersão na história e nas imagens pode ter um efeito particularmente forte nos adolescentes, cujo cérebro ainda está desenvolvendo a habilidade de inibir certas emoções, desejos e ações”, disse.
Ela complementa. “Para os adolescentes que já pensaram ou estão pensando em suicídio, esse impacto pode ser ainda maior porque para eles a história é totalmente condizente com sua realidade”.
A abordagem de temas como o da série em consultas ou em conversas familiares pode ser benéfico, acredita a psicóloga. “Perguntar aos adolescentes se eles já pensaram em suicídio não os faz considerar isso uma opção. Na verdade, essa pergunta simples pode salvar vidas”, afirmou.
Fonte: Gospel Prime