Entrevista ao Guiame
Um exemplo de dedicação e fé dentro e fora dos gramados. Essa tem sido a marca do zagueiro Eric Botteghin em sua jornada no futebol, movida por seu talento com a bola e valores que vêm de sua caminhada cristã.
Depois de uma passagem de destaque pelo Grêmio Barueri e Sport Club Internacional, Eric Botteghin ingressou no futebol europeu e atuou em times da Holanda como PEC Zwolle, NAC Breda e Groningen. Desde 2015, ele defende o Feyenoord, um dos principais clubes do país.
Já são 13 anos de uma carreira consolidada na Holanda. Em 2017, o zagueiro foi eleito o segundo melhor jogador do campeonato holandês, também conhecido como Eredivisie. Na temporada anterior, ele recebeu a chuteira de bronze da competição.
Mas para Eric, os títulos conquistados no futebol são resultado de um propósito maior. “Eu reconheço que se não fosse a mão de Deus, eu não teria chegado onde cheguei. Ele que me capacitou, Ele que me enviou”, diz o jogador ao Guiame.
Ao participar de uma reunião de atletas cristãos, Botteghin ouviu uma frase que tomou para si: “Não basta ser só um jogador de futebol, mas ser um missionário disfarçado de jogador”.
“Desde que eu casei com minha esposa e começamos a caminhar juntos, por todas a cidades e clubes que passamos, buscamos a direção de Deus, para que pudéssemos levar o amor, a graça e a misericórdia Dele por onde a gente fosse. Não só como jogador, mas como pessoa, como caráter”, afirma Eric.
Melina Botteghin, esposa de Eric, teve uma participação especial no começo da caminhada cristã do jogador. Os dois se conheceram na escola e estudaram juntos até a 5ª série. Eric mudou de colégio e nunca mais encontrou Melina, até que sua mãe passou a frequentar a mesma igreja que ela.
“Fui e gostei de cara, tinham muitos jovens. Tirou muito a imagem que eu tinha da igreja. A partir dali eu comecei a frequentar mais, fiquei cada vez mais amigo dela e começamos a namorar. Foi aos 16 anos que eu tive o primeiro encontro com a igreja e depois o primeiro encontro com Jesus”, conta Eric.
Assista a entrevista completa:
Desde então, Melina tornou-se uma verdadeira intercessora de seu marido, especialmente durante os jogos. “As pessoas não imaginam o que envolve o futebol, o que é a pressão psicológica que um jogador sofre”, diz ela ao Guiame.
“Eu fico intercedendo em espírito o tempo todo. A bola vai se aproximando dele, e eu oro: ‘Senhor, que ele seja preciso, que ele se posicione bem, coloque outro jogador para cobrir as costas dele’. Eu já vou analisando toda a jogada”, conta.
Melina observa que “o futebol não depende de uma pessoa só”, mas acredita que “por causa de uma pessoa, o Senhor pode mudar uma situação toda”.
“Eu creio que o Senhor trata em conjunto, mas também trata em unidade. O pecado entrou no mundo por causa de um, mas também saiu por causa de um. Eu creio no amor unitário do Senhor; por causa de um Ele abençoar um time todo, uma cidade inteira”, explica.
Juntos, Eric e Melina lideram um grupo de atletas que se reúne semanalmente via Skype para compartilhar ministrações da Bíblia. Para o casal, o futebol também é um campo missionário.
“Nosso maior campo missionário é primeiro nossa família, e segundo, o lugar onde Deus nos inseriu”, diz Melina. “Deus te coloca em lugares para você ter acesso a vida de outras pessoas”.
“O futebol tem sido a porta de entrada para um ministério gigantesco e pouco utilizado. Porque as pessoas infelizmente se perdem muito no mundo da bola, porque é tudo muito acessível. Está precisando de gente que chegue neles sem nenhum interesse, mas dizer: ‘Cara, se converta desse mau caminho. Deus tem um propósito na sua vida!’”, acrescenta.
O brasileiro Eric Botteghin é um zagueiro de destaque no futebol da Holanda. (Foto: Diogo Baptista/Alamy Stock Photo)
Pregar com o exemplo
Para Eric Botteghin, ser cristão é ser exemplo em todos os lugares, especialmente quando se trata da carreira. “Acho que você ser profissional é um baita de um exemplo de ser cristão”, afirma.
“O jeito que vou respeitar meu treinador, saber o que é uma autoridade na minha vida, o jeito que eu vou me dedicar nos treinos, o profissionalismo que vou ter. Eu tento levar tudo isso no pacote para as pessoas verem ‘olha como esse cara é profissional, como ele é dedicado, como ele mantém uma postura mesmo em situações adversas’”, observa o zagueiro.
Quando fala sobre o legado que quer deixar para a próxima geração, Eric destaca a importância da dedicação. “Não quero ter nenhum arrependimento de que eu poderia ter sido mais profissional, que eu poderia ter me dedicado mais. É isso que eu gostaria de deixar, um cara que se dedicou, que deu o máximo, que fez o que pode”, afirma.
“Um cara que passou alegria, que passou fé, que mostrou que mesmo nas adversidades, poderíamos crer que lá na frente iríamos colher um resultado”, acrescenta. “Um cara que passou alegria, fé e profissionalismo”.25