‘Ele arrancou minha mãe de mim’, diz órfã de vítima feminicídio julgado nesta quarta-feira

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A Justiça do Amazonas julga do dia Internacional da Mulher o caso de feminicídio praticado contra Viviane Araújo, 34, no bairro Mauazinho, em 2021. O principal suspeito do crime é o marido da vítima, Francisco Antônio Lima da Silva, 29.

Segundo a família, ela foi levada para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com um mal-estar em decorrência de sintomas da Covid-19, porém, a médica que a atendeu, constatou vários hematomas pelo corpo de Viviane e um laudo de estrangulamento.

Francisco afirmou a uma equipe médica que Viviane estava se recuperando de Covid-19 em casa, quando “teve um ataque e se machucou”. O depoimento levantou a suspeita dos funcionários, que acionaram a PM e no dia seguinte, o suspeito foi preso.

O dia 8 de março tem um significado diferente para as mulheres da família de Viviane, que esperam a pena máxima para o suspeito. Agnes Araújo, 19, é filha da vítima e lembra o quanto a mãe era forte.

“Minha mãe era uma mulher forte, independente. Até hoje não acredito que ela se deixou ser manipulada da maneira que foi. Ele deixou minha irmã e eu órfãs, minha avó sem filha. Ele arrancou minha mãe de mim e a única coisa que eu quero que ele pegue pena máxima e pague pelo crime que cometeu”, desabafou.

Enquanto acontece o julgamento, as sobrinhas da vítima, amigas e um grupo de acolhimento se reuniram em frente ao Forum Ministro Henoch Reis, localizado na Avenida André Araújo, para pedir justiça e protestar contra os índices de crimes de ódio contra a mulher no Amazonas.

A sobrinha da vítima, Lorraine Alves, 15, desabafou que nenhumas das mulheres da família vivem em paz depois da morte da tia.

“Hoje vivemos com medo, sem perspectiva de um futuro, um casamento. Minha tia era uma mulher muito forte e ele matou ela aos poucos até ter coragem de acabar de vez com a vida dela. E ficamos nos perguntando: Será que não vai acontecer o mesmo com a gente? O feminicídio só passa a ser algo serio quando acontece com uma mulher de dentro da sua casa”, disse.

O caso está sendo julgado com mais outros 14 processos durante a “Semana da Justiça Pela Paz em Casa”

🗞Redação: Portal OnTime
Acrítica

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