Edir Macedo, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, publicou um artigo em que despreza a prática do jejum e da oração, afirmando que a prática pode levar o cristão às conquistar coisas materiais. A mensagem, de ênfase à teologia da prosperidade, contradiz o testemunho do próprio Jesus Cristo, que orou e jejuou por 40 dias no deserto, e venceu uma tentação feita por satanás.
O bispo afirma que ao longo dos 40 anos que está à frente da Igreja Universal, aprendeu que “o maior e mais eficaz segredo da fé”, é o “sacrifício”.
“Não o aprendi na Faculdade de Teologia nem nos primeiros treze anos de fé. Aprendi com o desenvolvimento da IURD, exercitando a fé inteligente, ainda que tropeçando nos seus mistérios, algumas vezes caindo nas armadilhas da fé emotiva”, afirma.
O bispo garante que os sacrifícios são a chave para o sucesso. Como não vê pastores e bispos da Universal pregando rituais de sacrifício com animais, a associação imediata é com um esforço financeiro descomunal.
“O Espírito Santo achou por bem me conduzir a desertos para aprender a separar a fé emotiva da fé racional. As dificuldades do deserto obrigam o uso da Fé inteligente para a sobrevivência. Na prática, aprendi que quanto maior é o sacrifício maior é a firmeza da fé consciente, e maiores as conquistas”, incentivou.
Na sequência, o bispo dispara: “Não me lembro de ter alcançado uma só vitória na base da oração ou do jejum. Apesar de serem fundamentais na comunicação com Deus, ainda assim, tinham de ser acompanhados de atitudes, aparentemente, ‘loucas’, impetuosas, mas carregadas de convicção do Espírito de Deus”, argumenta.
Se a fé que prega é “racional”, onde está a lógica em tomar “atitudes impetuosas”? Macedo não explica, mas continua com seu raciocínio controverso: “Muitas vezes fiquei apavorado e tentei retroceder. Como era tarde demais, tive de ir em frente. Não havia outra escolha”.
“Creio que nenhum herói da fé da Bíblia foi corajoso por si só. O sacrifício confirma a fé e estimula a coragem do sacrificante. Israel que o diga. No passado, antes de sair à guerra, os sacerdotes apresentavam sacrifícios a Deus. Tais sacrifícios não tinham nada a ver com perdão de pecados. Eram sacrifícios de ações de graças ou gratidão antecipada pela vitória”, afirma, dizendo que tais gestos representavam “a certeza da vitória”.