O dólar segue em queda nesta quarta-feira (23), chegando a ser negociado abaixo de R$ 4,90 e engatando seu sexto dia de negócios seguido de baixa. A queda vem conforme os investidores continuam a enxergar o país como atraente para investimentos.
Às 10h46, a moeda norte-americana recuava 0,44%, cotada a R$ 4,8926. Na mínima até o momento, chegou a R$ 4,8921 – menor cotação intradia desde 16 de março de 2020 (R$ 4,8802).
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,60%, a R$ 4,9140 – menor patamar de fechamento desde 24 de junho de 2021 (R$ 4,9034). Com o resultado, passou a acumular queda de 4,69% no mês. No ano, tem baixa de 11,85% frente ao real.
No exterior, o preço do petróleo sobe, com o Brent negociado ao redor de US$ 120 o barril.
Os mercados continuam voláteis, uma vez que os temores em relação à escassez de oferta devido ao conflito entre Ucrânia e Rússia mantinham os preços dos metais e petróleo elevados.
A expectativa é que o presidente dos EUA, Joe Biden, anuncie mais sanções quando se reunir com líderes europeus na quinta-feira em Bruxelas, incluindo uma reunião de emergência da Otan.
Os investidores monitoram também a trajetória dos juros na economia global.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode ter consequências de longo prazo para a inflação, o que pode exigir uma alta ainda maior da taxa básica de juros brasileira, atualmente em 11,75% ao ano . As observações constam na ata da última reunião do comitê, divulgada na véspera.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.