É inevitável viver uma vida em que não se queira buscar sonhos, sorrisos e alegrias verdadeiras. Ultimamente tenho pensado não só nisso mas na forma que buscamos isso.
Andando por ai nos deparamos com muitas realidades que contrastam totalmente com a nossa, pessoas que dariam tudo para ter o pouco de comida que jogamos fora. É algo forte, ou fazemos nossa parte para ajudar essas pessoas ou essas pessoas nos mudam, ou ambos.
Sua idade atual é 47 anos, mas foi apenas com 25 anos que sua vida teve uma reviravolta de 360 graus, mas “eu sei que gastei minha juventude onde realmente deveria estar”, Alice (nome fictício) afirma sempre com um sorriso.
Era um recrutamento como qualquer um dos outros, mas, no coração de Alice nascera uma esperança de que algo poderia ser diferente, ela só não sabia o que. Uma turma de 70 jovens, aproximadamente, foi dividida em grupos de 5 em 5 jovens para serem destinados a diferentes missões, a de Alice recebe a noticia que ela iria, finalmente, para uma aldeia indígena.
As condições não eram as melhores, mas o interior estava num palácio pomposo de boas expectativas, ela sempre quis ir a uma aldeia e agora, finalmente chegou sua hora. Ela manifestava tanto sua satisfação em estar ali que contagiava seus outros 4 amigos.
Chegando lá, as nuvens ficaram um pouco mais densas, pois o líder da aldeia não quis permitir a entrada deles nem por um curto tempo, muito menos deixa-los falar algo, foi então que Alice teve a brilhante ideia de soltar seu (fraco) dialeto indígena como uma forma de cumprimento ao cacique, ele, mostrando uma certa simpatia pela empatia de Alice, permitiu que entrassem e que conhecessem, pelo menos, a aldeia.
Passaram-se um, dois, três dias e aos poucos eles iam tomando a confiança e o apreço dos índios, de forma milagrosa. Até que um dia foram visitar a pequena Caubi, uma menininha de no máximo 6 anos, não sei ao certo, no fundo de uma rede gastada que estava a quase um mês sofrendo de fortes dores e intensa febre, a garotinha já tinha passado por todos os processos dentro da aldeia, tudo se fez por lá e nada pôde ajuda-la.
A presença dos missionários começou a causar uma certa inquietação em alguns nativos que começaram a acusa-los da doença tão severa da pequena Caube. Foi então que Alice, com seu temperamento manso e bom coração, pediu que só por uma ultima vez pudessem visitar Caube e que partiriam logo depois. O líder da aldeia, que muito simpatizava com Alice, permitiu mas avisou que depois eles precisariam partir.
Alice se retirou por um momento com os seus amigos e conversou da importância daquele momento dizendo “Temos um Deus e um punhado de fé, vocês acham que precisamos de algo a mais?”, dali oraram e foram até a mocinha.
Com um olhar profundo e uma respiração ofegante Caube olhou nos fundos dos olhos de Alice como quem pedira socorro, Alice acariciou os cabelos negros e escorridos da criança e disse que ia ficar tudo bem. Oraram os 5, estendendo as mãos e com uma fervorosa oração seguida de um louvor que parecia ser quase palpável.
Em resumo, para não delongar muito esse artigo, Caube levantou-se milagrosamente no dia seguinte pedindo comida e ali entenderam que só existe UM DEUS, o DEUS da Alice, risos, como eles costumavam falar.
A tribo ficou tão estonteante com o milagre que pediram que os jovens ficassem na aldeia para que pudessem ajudar a falar desse DEUS de Alice aos outros, no entanto, somente Alice ficou e até hoje vive e prega exclusivamente para índios, abdicando de sua vida e juventude para levar Amor onde poucas pessoas iriam.
O fato de Alice entrar nas outras etnias acompanhada e sob respaldo de outros índios facilitou muito a permissividade, acessibilidade dos índios, hoje, ela acabou casando por lá, recebeu um nome indígena, conseguiu abrir pequenas malocas no qual chamam de ALTAR para DEUS e continua pregando o evangelho com “sua tribo” e espera que seja assim até o ultimo dia de sua vida.
Alice encontrou o propósito no qual Deus a trouxe a esse mundo, e você? Já encontrou o seu?