Este artigo tem como objetivo lhe mostrar a forma de como aprimorar seu
papel como pai/mãe ou responsável. Além de mostrar alguns ensinamentos
deixados por Içami Tiba.
Içami Tiba
Foi um médico psiquiatra, psicodramatista, colunista, escritor de livros sobre
Educação, familiar e escolar, e palestrante brasileiro. Professor em diversos
cursos no Brasil e no exterior, criou a Teoria da Integração Relacional, que
facilita o entendimento e a aplicação da psicologia por pais e educadores.
Além disso, escreveu livros que até hoje, depois de seu falecimento, ainda
são referencia de ensino.
A teoria da Integração Relacional e sua relação com a educação Familiar
Para entender um pouquinho mais sobre essa Teoria, temos que saber que o
comportamento humano apresenta três níveis:
1. Nível biológico ou instintivo – instintos característicos dos animais
mamíferos;
2. Nível psicológico ou aprendido – inteligência humana que forma a base
para o próximo nível;
3. Nível social ou evoluído – capacidade relacional do ser humano (aqui
notamos a disciplina, a gratidão, a religiosidade, a ética relacional e a
cidadania).
Ou seja, é preciso impor limites e responsabilidades na criação das crianças,
para que não haja falhas na educação familiar, para que saibam que a
sociedade exige esforço e prontidão para avançarem em seus
conhecimentos e na vida como um todo. Assim elas não deixarão de
executar qualquer coisa pelo simples motivo de encontrar uma dificuldade em
seus caminhos, pois não basta iniciar e parar, temos que terminar o que
começamos, enfrentar as dificuldades e superá-las.
“Uma educação familiar adequada é feita com amor, paciência e coerência,
para desenvolver nos filhos autoconfiança e espontaneidade favorecendo a
disposição para aprender”.
O que você como pai tem feito de errado?
Em um trecho do seu livro Pais e Educadores de Alta Performance, Içami
Tiba fala de como pais que não impõem regras e disciplinas aos filhos, geram
adultos que serão sustentados pelo resto da vida.
O autor começa dizendo que os pais amam seus filhos e a maioria dos
professores gosta dos seus alunos, mas amar já não é suficiente para
educar, são importantes para motivarem a aprendizagem, mas o que oferece
competência educativa é a aprendizagem de como educar. É preciso muito
amor para se exigir que os filhos pratiquem o que aprenderam, pois é muito
mais prazeroso e menos trabalhoso permitir que os filhos façam o que
tiverem vontade de fazer sem cumprir com suas obrigações.
Baseado nisso, o autor chama atenção dos pais para os jovens. “Jovens que
não querem nada com nada, não descobriram ainda a importância da
aprendizagem. Quem aprende a aprender nunca mais deixa de aprender”.
Nossa mente pode se acomodar muito bem com o que já sabe e não sentir
falta do que não conhece. A mente do ser humano não sente falta do que não
conhece, nem percebe que sofre as consequências.
Quando uma pessoa acha que faz o melhor que pode, na realidade esse
melhor é sobre o que conhece, porque não há como incluir o que não
conhece nessa avaliação. Assim, quem nunca conheceu a luz elétrica fica
satisfeito em conseguir iluminar sua casa com um lampião, que pode ser
mais rico, mais luxuoso e mais cômodo que outro, mas não passa de
lampião. Claro que o melhor lampião não se compara com a luz elétrica.
Assim, também, o melhor “crescimento silvestre” não se compara com uma
educação organizada.
Içami Tiba alerta aos pais que o certo na educação é aplicar a Cidadania
Familiar, e a escola, a Cidadania Escolar, pois esses elementos preparam
melhor o jovem para ser Cidadão Ético, com valores internos e conhecedor
dos seus direitos e obrigações. E a Cidadania Familiar começa desde muito
cedo, quando a criança já toma iniciativas próprias.
Outro ponto levantado é a permissão dos pais sobre os filhos, a
permissividade inocente de hoje pode levar à má educação no futuro.
Geralmente, os pais somente percebem que foram permissivos demais
quando o filho já está trazendo problemas para eles, para os professores e,
com certeza, para ele próprio.
Um jovem que não cumpre com suas pequenas obrigações escolares, falta
às aulas, experimenta drogas e etc. Se isso continuar, pode evoluir para
abandono escolar, analfabetismo, analfabetismo funcional, incompetência
profissional, subemprego, baixa qualidade de vida e exclusão social.
Ainda há tempo de corrigir esse erro?
A pergunta mais comum que estes pais fazem a si mesmos. Sempre há, pois
o ser humano não perde jamais a possibilidade de aprender.
Temos que pensar hoje sobre o futuro dos filhos. Como educar para um
futuro que desconhecemos, e que está em contínua evolução? Essa é outra
grande questão: preparar hoje o homem de amanhã. Os valores pessoais
pertencem à pessoa, que os leva consigo para onde for.
Alguns Sinais
Em seu livro Içami Tiba elaborou 31 frases que todos os pais devem
questionar se estão agindo de tal forma.
1. Fazer pelo filho o que ele próprio pode fazer sozinho;
2. Deixar de cobrar obrigações que ele tem de cumprir;
3. Engolir contrariedades, respostas mal-educadas, desrespeito aos outros;
4. Permitir que o filho imponha suas vontades inadequadas a todos;
5. Concordar com tudo o que o filho faz e diz só para não contrariá-lo;
6. Acreditar que “o filho não mente” ou “ele nem sabe o que faz”;
7. Permitir que o filho gaste o dinheiro do lanche em outras coisas;
8. Assumir para si as responsabilidades sobre o que o filho faz;
9. Silenciar quando percebe que o filho falsificou a assinatura dos pais;
10. Repetir muitas vezes a mesma ordem;
11. Dar tapas ou “surras pedagógicas”;
12. Ser conivente com suas delinquências;
13. Aceitar notas baixas, tarefas feitas de qualquer jeito;
14. Terceirizar a educação dos filhos;
15. Ignorar o lixo que o filho jogou no chão;
16. Permitir que os filhos dentro de casa façam o que não devem fazer no
ambiente social;
17. Incentivar a tirar proveitos pessoais de qualquer vantagem que tiver;
18. Justificar as falhas dos filhos como erros dos outros;
19. Tolerar mentiras, traições, pequenos furtos etc;
20. Minimizar o cumprimento de regras, ordens e combinações
estabelecidas;
21. Inventar desculpas por falhas próprias;
22. Mudar as regras existentes para favorecer os filhos;
23. Permitir que experimentem drogas;
24. Fingir que não percebeu a ingratidão e o abuso que os filhos cometeram;
25. Instigar superioridade religiosa, financeira, familiar, sexual etc;
26. Dividir o mundo em pessoas espertas e burras;
27. Ser cúmplice ou conivente nas transgressões e contravenções dos filhos;
28. Colocar o filho acima de tudo e de todos;
29. Ajudar o filho a “colar” nas provas;
30. Fazer a lição de casa do filho;
31. Ameaçar ou agredir professores ou pais dos amigos do filho por erros que
são dele.