Em 2025, os cristãos serão apenas 3% da população do Oriente Médio. Em 2010 eles eram 4,2%, denuncia Todd Johnson, diretor do Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell, em Massachusetts, EUA. Um século antes, em 1910, eram 13,6%. O declínio acelerado só é comparado com os números durante a expansão do islamismo, no século 7 e 8.
Atualmente, insiste Johnson, os cristãos estão sendo perseguidos não só pelo Estado Islâmico, que perdeu consideravelmente a força na região, mas por grupos que recebem apoio dos EUA e da Europa por serem “moderados” e que se oporiam ao extremismo.
O norte da África é o destino de muitos jihadistas que fugiram de ataques da coalização de países ocidentais e da Rússia. A recente onda de atentados e assassinatos de cristãos no Egito mostra que o ideal dos defensores dessa “guerra santa” permanece vivo.
O grupo de pessoas que mais enfrenta perseguição e preconceito religioso em todo o mundo são os cristãos. Embora a maioria dos governos se recuse a denunciar isso nas Nações Unidas, a maior causa desse banho de sangue constante são os islâmicos.
Raymond Ibrahim, um especialista no Oriente Médio, expõe os detalhes. Ele lembra que, no passado, a região tinha grandes concentrações de judeus, que acabaram fugindo para não serem mortos. A perseguição islâmica está diretamente ligada ao que Maomé ensinava seus seguidores desde o início.
O êxodo de cristãos deixará o Oriente Médio totalmente dominado pelo Islã, cujas grupos rivais já se enfrentam para tentarem exercer o domínio. A tendência é o radicalismo na região vai aumentar. Conflitos entre muçulmanos sunitas e xiitas ocorrem em diversos pontos do mundo árabe e a tendência é piorar, até que um deles saia vencedor.
“O desaparecimento das minorias [cristãos, yazidis, judeus] prepara o cenário para que os grupos mais radicais dominem a sociedade”, analisa Johnson. “Minorias religiosas, até agora, tinham um efeito moderador.”
Ahmed Abu Zeid, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito, negou que o governo discrimine os cristãos e diz que o governo está fazendo tudo o que pode para combater o terror. Mas os números contam uma história diferente. O presidente Abdel Fattah Al Sisi decretou um estado de emergência justamente por que não consegue impedir que os jihadistas continuem matando.
Ativistas cristãos no Egito denunciam que, além disso, os cristãos têm sido excluídos de alguns empregos do governo, e as novas leis tornam praticamente impossível se construir ou restaurar uma igreja.
Desde 2011, a “primavera árabe” que foi comemorada no Ocidente, provou ser o “inverno cristão”. O que começou como revoluções que prometiam mudar o Oriente Médio, terminou com a multiplicação de conflitos religiosos, guerra civil e a explosão de grupos extremistas islâmicos.
Após 11 de setembro de 2001 o mundo passou a prestar mais atenção neles, embora historicamente eles sempre existiram no contexto islâmico. De fato, o que o ocidente chama de “terrorista” muitos líderes muçulmanos chamam de um “bom fiel”.
A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, resultou na morte ou fuga de cerca de metade da população cristã do país – 2,5 milhões. Líderes da igreja cristã no Iraque dizem que apenas um quinto dos cristãos do país permanece no país. Eles eram cerca de 1,5 milhão em 2003. Por exemplo, a cidade de Mosul, pela primeira vez em quase dois milênios não tem uma população cristã identificável.
No início, os cristãos que fugiam das guerras escaparam para os países vizinhos, como o Líbano e a Turquia, mas isso despertou a fúria dos islâmicos dessas nações, que não desejam mais cristãos por lá e também aumentaram a perseguição. Aqueles refugiados que pensavam estar a salvo na Europa, não demoraram muito para descobrir que continuavam odiados pelos muçulmanos que também fugiram dos seus países.
O bispo anglicano Andrew White, que dedicou sua via ao trabalho no Iraque, anunciou recentemente: “A hora chegou, a história do cristianismo no Iraque terminou. Em breve, não haverá nenhum cristão. Alguns dizem que os cristãos deveriam ficar para manter sua presença histórica, mas isso se tornou muito difícil. Todos os cristãos que fugiram do Estado Islâmico no Oriente Médio, dizem a mesma coisa: não há como voltar. Eles já sofreram demais”.
Fonte: GospelPrime