Uma pesquisa feita pela Kaiser Family Foundation e divulgada pelo jornal Washington Post, mostra que quase metade (46%) dos cristãos norte-americanos acredita que as pessoas são pobres em consequência de sua “falta de esforço”.
Entre os evangélicos brancos o índice é maior ainda (53%), enquanto 50% dos católicos concordam com essa afirmação. Somente 29% dos não cristãos acreditam que a culpa pela sua situação não é dos pobres.
Foram entrevistados 1.686 adultos, entre 13 de abril e 1º de maio. Dentre eles, 65% dos “ateus, agnósticos e pessoas sem religião” defendem que a pobreza se deve mais às circunstâncias pessoais ou econômicas do país.
“Há um forte impulso cristão em entender a pobreza como algo profundamente enraizado na moralidade – muitas vezes, como a Bíblia deixa claro, na falta de vontade de trabalhar, em decisões financeiras ruins ou falta de estrutura familiar”, disse Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, um dos mais influentes do país.
“A cosmovisão cristã está dizendo que toda a pobreza é consequência do pecado, embora isso não signifique necessariamente o pecado da pessoa na pobreza. No Jardim do Éden, não havia pobreza. Em um mundo caído, há pobreza”, justifica.
O pastor lembra ainda que a Bíblia ensina repetidamente a compaixão pelos pobres, mas também deixa claro que os que não desejam trabalhar irão ficar com fome (2 Ts 3:10). Ao mesmo tempo, Jesus alertou em várias passagens que “os pobres, vós sempre os tereis convosco”.
O Washington Post ouviu diferentes teólogos e quase todos concordam que a atitude de um cristão em relação à pobreza é consequência de sua perspectiva teológica. Aqueles que acreditam que o importante é apenas a salvação da alma, dão menos atenção para questões sociais.
Por outro lado, as igrejas que veem que seu papel na terra é influenciar a sociedade, pregam mais sobre o assunto e mantém diferentes trabalhos que tem como público-alvo justamente os mais necessitados dentre a sociedade.
(Gospel Prime)