Cristão é preso injustamente e morre antes de provar sua inocência, no Paquistão

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Um cristão de 70 anos no Paquistão, que foi falsamente acusado de “blasfêmia” morreu. Sua família agora se encontra vulnerável aos ataques, pois agora está mais difícil de provar sua inocência. Mukhtar Masih faleceu na última quinta-feira (2) no hospital Bagh Christian em Mansehra, na província de Khyber Pakhtunkhwa.

Ele foi levado ao hospital depois que se queixou de uma dor no abdômen, de acordo com a Associação Cristã Paquistanesa Britânica (BPCA), que também informou que ele morreu de sangramento gastrointestinal, conforme o relatório da autópsia.

“Estávamos extremamente confiantes de que Mukhtar seria exonerado e que sua reputação voltaria a ficar como era antes”, disse Mehwish Bhatti, oficial principal da BPCA no Paquistão. “Sua família expressou grande desapontamento pelo fato de Mukhtar Masih ter morrido com acusações de blasfêmia”, salientou.

“Estamos desafiando nossos deputados locais (membros do parlamento) a pedir uma exoneração póstuma para um homem que não cometeu nenhum crime. A única ofensa de Mukhtar foi a dor que ele aparentemente causou aos muçulmanos por aderir à fé cristã”, explicou.

Entenda o caso

Mukhtar foi preso em janeiro depois que uma carta contendo mensagens “com blasfêmias” foi encontrada na porta de uma mesquita local na vila de Lambanwali, perto de Gujranwala, na província de Punjab. Mukhtar pediu inocência e pediu que o escrito na carta fosse examinado, mas a polícia se recusou a ouvir. No entanto, um tribunal liberou Mukhtar sob fiança em maio.

“A liberação de Mukhtar Masih sob fiança nesta fase inicial é um sinal muito positivo”, afirmou o presidente da BPCA, Wilson Chowdhry. “A concessão de fiança sugere que o tribunal acredite que há esperança para um apelo bem-sucedido”.

Chowdhry acrescentou: “O governo recentemente perdoou uma mulher muçulmana de 20 anos de acusações de terrorismo, depois de um protesto público por sua libertação, apesar de ser pega tentando explodir uma igreja cristã no domingo de Páscoa. Não há como explicar a insatisfação do regime atual, que apenas cimenta percepções de que os cristãos são anátema no Paquistão”.

As leis de blasfêmia do Paquistão estão inseridas nas Seções 295 e 298 do Código Penal do país. As leis carregam a pena de morte sem provisão para punir um falso acusador ou uma falsa testemunha de blasfêmia. As alegações de blasfêmia geralmente decorrem do desejo do acusador muçulmano de se vingar e resolver disputas pequenas e pessoais, de acordo com grupos cristãos que trabalham no país.

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