Mariam Adel é uma das sobreviventes do massacre que matou 29 cristãos em Minia, uma cidade do Egito. Ela conta que extremistas do Estado Islâmico forçaram as mulheres a saírem do ônibus para negarem a sua fé em Jesus, mas elas se recusaram.
A jovem mãe cujo marido e mais 9 de seus parentes foram mortos no ataque em maio. Ela relatou o ato terrorista em um jornal de notícias nesta terça-feira, dia 18, a partir da cama de um hospital.
Mariam recorda que os jihadistas atiraram com metralhadoras contra o ônibus que transportava os cristãos antes de começarem a matar todos os homens sobreviventes. Quanto às mulheres, os radicais ordenaram que saíssem do veículo e se convertessem ao islamismo.
“Renunciar a nossa fé? Claro que não”, disse Mariam sobre a reação das mulheres. “Se tivéssemos renunciado, eles poderiam ter nos deixado para fora do ônibus e nos tratado bem. Mas nós só queremos Jesus e confiamos que ele não vai nos deixar”.
Em contrapartida, os terroristas roubaram das mulheres suas jóias de ouro e celulares, levando para si os “despojos de guerra”.
Um outro sobrevivente do massacre de Minia, o estudante Mina Habib, de 10 anos, também relatou sua experiência angustiante. “Eles pediram a identificação do meu pai e disseram para ele recitar a profissão de fé muçulmana. Ele se recusou, disse que ele era cristão. Eles atiraram nele e todos os outros que estavam com a gente no ônibus”.
“Toda vez que eles atiravam em alguém, eles gritavam: ‘Alá é grande’”, acrescentou o garoto.
Mais de 100 cristãos foram executados desde dezembro de 2016. Segundo um membro cristão do parlamento egípcio, Emad Gad,há “uma forte possibilidade” de mais ataques surgirem. “As medidas de segurança podem ajudar, mas a comunidade está ansiosa e sente que não há nada que possa fazer para se proteger”, afirmou.
De acordo com Mokhtar Awad, pesquisador do programa sobre o extremismo da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, fala que os terroristas islâmicos culpam os cristãos fortemente por apoiarem o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e sua repressão contra o terrorismo.
“Eles têm incitado contra os cristãos e os culpado pela queda da Irmandade Muçulmana”, disse Awad. “O EI chegou a um ponto gerar ódio suficiente contra os cristãos para tentar traduzir isso em ação”.