Com medo de sair nas ruas do Egito: “Não temos valor”

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Marian Abdel Malak (à esq. na foto) perdeu o irmão, Bishoy, em ataque contra cristãos no Egito
Marian Abdel Malak (à esq. na foto) perdeu o irmão, Bishoy, em ataque contra cristãos no Egito

Os atentados mais recentes tiraram de Marian Abdel Malak três de seus entes queridos, incluindo seu irmão de 18 anos, Bishoy. O rapaz vinha frequentando a igreja com regularidade e havia dito à família que desejava morrer como um mártir cristão.

De algum modo, os sobreviventes esperam o mesmo destino, diz Malak.

“Se coisas continuarem assim e não tivermos nossos direitos assegurados, definitivamente não teremos futuro”, disse a jovem de 26 anos. “Nós estaríamos melhor se estivéssemos mortos, por não temos lugar nesse país — nas escolas, no governo. Não temos nenhum valor.”

Sandro George, um amigo do jovem morto, afirma que as autoridades deveriam ter reforçado a segurança ainda em 2011, quando cerca de 25 pessoas morreram em um atentado contra uma igreja em Alexandria.

“Se tivessem realmente a intenção de dar segurança às igrejas e afastar qualquer perigo, teriam feito isso naquela ocasião”, afirma. “Depois daquela explosão, apenas dois policiais foram enviados para fazer a segurança da igreja.”

A segurança aumentou após os ataques recentes. O presidente do Egito, Abdul Fattah al-Sisi, decretou estado de emergência por três meses e enviou o Exército para imediações de igrejas.

Mas alguns cristãos alertam que, conforme o assunto for deixando os jornais a força de segurança também desaparecerá.

 

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