Uma ‘brincadeira’ que acabou viralizando na internet nos últimos dias tem preocupado pais e educadores, devido ao alto risco que ela oferece. Vídeos que somam cada vez mais visualizações mostram três pessoas lado a lado. As duas que estão nas pontas pulam juntas e quando a do meio tenta saltar mais alto, as outras duas a desequilibram, chutando seus pés e a fazendo cair no chão.
Tornando-se popular entre crianças e adolescentes, o “desafio da rasteira” tem registrado muitas quedas que chegam a ter resultados graves, nos quais as pessoas batem as costas ou a cabeça no chão. Colégios cristãos já estão se mobilizando com vídeos que trazem alertas contra a prática.
Ainda não se sabe ao certo quem inventou o tal desafio. Porém, há influenciadores digitais que têm ajudado a disseminar a ‘brincadeira’, como no caso de Robson Calabianqui, também conhecido como Fuinha.
Conhecido por fazer pegadinhas, ele teve a ideia de repetir a brincadeira com sua própria mãe e publicar o vídeo nas suas redes sociais. Após a repercussão negativa, ele tirou o vídeo do ar e postou outro com um pedido de desculpas.
“Como influenciador eu errei, e como humorista eu falhei. Peço desculpas a todos vocês”, disse Robson, em um vídeo publicado por ele no TikTok e no Instagram.
Conscientização
Como resposta à viralização do “desafio”, pelo menos dois colégios cristãos já lançaram vídeos para conscientizar sobre o perigo dessa prática.
“Infelizmente, os adolescentes querem reproduzir tudo que veem na internet”, disse Dina de Souza Melo, diretora pedagógica do Colégio Batista de Varginha, que lançou uma campanha contra a ‘brincadeira’ na última quarta-feira.
Em um vídeo gravado por Diná, os alunos do 9º ano, Thaís Conte e os irmãos Edmar e Eduardo Alvarenga falam sobre o perigo do tal “desafio”. A repercussão já tem sido positiva, segundo a diretora.
“Recebi muitas mensagens de incentivo. Teve uma aluna, do oitavo ano, que disse: ‘tia Diná, muito obrigada por cuidar da nossa segurança'”, contou ela.
O Colégio Adventista de Vitória também se mobilizou para lançar um vídeo de conscientização em seu canal do Youtube.
No vídeo do Colégio Adventista, Esther de Oliveira, 13 anos; Sara Silveira de Melo Moura, 12 anos; e Nicolas Eduardo Freitas Goulart, 13 anos, estimulam as pessoas a negarem o desafio e valorizarem a vida e as amizades.
Mudando o ponto de vista
Em depoimento para o site ‘Notícias Adventistas’, a psicopedagoga Maria Tereza Samora, explicou que a internet está cheia de brincadeiras realmente perigosas.
“Esses jovens praticam ações que visam descobrir o limite do seu próprio corpo, ter sensação de euforia ou sensação de relaxamento. Tudo por motivações de busca em pertencer em determinado grupo. Quem pratica não tem noção do real perigo que corre. Infelizmente muitos casos terminam em morte ou sequelas graves”, destacou.
Por isso ela reforçou que é importante que as escolas mudem o ponto de vista da ‘brincadeira’, mostrando que quem ganha de verdade é quem se recusa a participar do desafio.
“Ganha o desafio quem tiver a coragem de dizer não. Essa é a mensagem”, explicou.