Clipe gospel de Cassiane é acusado de romantizar violência contra a mulher

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A cantora gospel Cassiane está sendo criticada por conta de seu clipe “A Voz”, lançado nesta sexta-feira (17) pela MK Music. Internautas acusam a produção de romantizar a violência doméstica contra a mulher.

A canção foi composta por Jotta A, mas o que chama atenção na verdade é o videoclipe, que não tem ligação direta com a música em si.

Na historinha encenada enquanto Cassiane canta, uma mulher aparece sofrendo em casa com as agressões do marido supostamente alcoólatra. O homem chega até a furtar dinheiro da mulher para, sugestivamente, comprar mais bebida, em meio a agressões e brigas. A mulher da história mostra, inclusive, o braço com uma mancha roxa em formato de hematoma.

Depois de algumas agressões, a mulher decide sair de casa, e deixa um bilhete dentro de uma Bíblia, dizendo que perdoava o agressor e o amava. Tempos depois, um final mágico: o agressor vira evangélico e Deus “restaura” esse lar.

O clipe gospel de Cassiane está recebendo desde a madrugada deste sábado (18) diversas críticas no Youtube, de pessoas estarrecidas pela mensagem transmitida, de impunidade diante da violência doméstica, que é crime no Brasil.

“Clipe que incentiva os homens a agredirem suas esposas. Por isso que muitas mulheres estão morrendo”, comentou um internauta.

“Então ele agrediu ela duas vezes e a mesma não denunciou? Qual a mensagem? Não entendi, cadê o 180 no final do clipe? Agressão é bem sério”, comentou outro.

As avaliações também refletiram o desconforto com a produção. Até as 15h deste sábado (18/07), o clipe gospel tem 7,3 mil reações positivas e 3,6 mil negativas, um número considerado alto de rejeição.

No Brasil, só em 2018, o Ministério da Saúde registrou 145 mil casos de violência contra a mulher, cometidos dentro de casa. Isso significa que a cada 4 minutos uma mulher é agredida.

A violência física, moral, psicológica e financeira, além de outras formas de agressão à mulher, é crime. Se você ou outra pessoa está passando por isso, denuncie. Ligue 180. O atendimento é gratuito, 24h por dia, e tem o anonimato garantido.

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