O alto conselheiro político da China, Yu Zhengsheng, num encontro com os líderes da Associação Patriótica Católica Chinesa, acredita que a doutrina católica seja interpretada de forma que ela “corresponda às necessidades de desenvolvimento da China”.
“A interpretação do ensinamento e do dogma devem corresponder às necessidades do desenvolvimento da China e da grande cultura tradicional […] e estar em harmonia com a sociedade socialista chinesa”, disse.
De acordo com o Sputnik News, a intenção é de aproximar o catolicismo da realidade chinesa. O cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong, chegou a dizer que a doutrina católica e a cultura chinesa estão separadas por “razões naturais”.
Porém, diferentemente do político, John acrescentou que é contra a imposição da cultura chinesa a prejudicar a fé dos católicos locais que, somadas os diferentes grupos, são quase 20 milhões de pessoas.
A Igreja Católica é presente de duas formas na China: A oficial, que conta com cerca de seis milhões de adeptos e tem seus bispos nomeados pelo governo chinês sem intervenção do Vaticano e a clandestina, que é a maioria dentre os católicos, e soma 12 milhões de pessoas.
O maior desafio, de acordo com o Sputnik, é definição do procedimento acerca da nomeação dos bispos católicos na China. Em Pequim, capital do país, é defendido que a Associação Patriótica Chinesa faça o processo, enquanto o direito é requerido diretamente ao papa, na avaliação da Santa Fé.
Caso o impasse seja resolvido, uma definição pode ser alcançada. Enquanto isso, o Vaticano não alimenta relações diplomáticas com Pequim. Por outro lado, é o único país europeu que reconhece Taiwan.