Em entrevista a VEJA desta semana, o paulista Cesar Cielo, maior nadador brasileiro de todos os tempos, fala sobre as conquistas nas piscinas, a corrupção no esporte, a acusação de doping em 2011 e os planos para a aposentadoria. “De 2008 a 2014, todo ano eu estava ali levando uma medalha, quase sempre de ouro, para o meu país. A minha parte eu fiz”, diz. “Agora, não dá para deixar de notar o que faltou. A gestão passada viveu meu auge, uma medalha de ouro olímpico e três títulos mundiais. Ela desperdiçou a oportunidade de usar meu exemplo, não soube trabalhar essa imagem.”
Num dos trechos, Cielo critica a doação da piscina olímpica usada nos Jogos RIO 2016 para Manaus. Atualmente, o parque aquático da Vila Olímpica da capital amazonense encontra-se em obras para receber o “legado” vindo do Rio de Janeiro.
Confira o trecho da entrevista que fala sobre Manaus:
Cielo – É muito frustrante. Quero levar uma das piscinas que foram usadas nos Jogos para Santa Bárbara d’Oeste e usá-la no meu projeto social. Neste momento, estou escalando a montanha de burocracia que envolve o poder público. Até cheguei à pessoa que tem a caneta na mão, mas ouvi: “Não dá para ceder a piscina, é um legado da cidade”. Muito bem. O legado está guardado em caixas. Resumindo, é muito, muito frustrante. Morei durante sete anos nos Estados Unidos, e lá tudo é muito mais prático. Os americanos pensam assim: “Temos uma piscina ociosa aqui, para onde devemos mandá-la?”. Aqui, uma dessas piscinas da Olimpíada foi para Manaus, para preencher um buraco que estava esperando por uma estrutura desde 2008. Será que eles precisavam realmente de um equipamento tão sofisticado? Com todo o respeito, é o mesmo que usar uma Ferrari num campeonato de rali. As informações são do Emanuel Sports.
(Blog da Floresta)