O cinema e os cristãos nem sempre tiveram uma relação próxima, com o passar dos anos estreitaram os laços. Por anos as igrejas e filmes tiveram mais atritos do que elogios, mais críticas do que o reconhecimento de que a arte do cinema poderia passar ensinamentos.
A mudança de visão veio com a possibilidade de um filme alcançar mais gente do que uma pregação aos domingos. Um bom exemplo está no trabalho de dois irmãos americanos, pastores da Igreja Batista de uma cidade com menos de 100 mil habitantes na Georgia.
Alex e Stephen Kendrick fizeram em 2003 o seu primeiro longa-metragem, “A virada”, sobre um vendedor de carros que toma rumo na vida ao aceitar Cristo. Para encerrar a obra, eles conseguiram apoio, eles conseguiram apoio de voluntários, pegaram equipamento emprestado e gastaram apenas US$ 20 mil.
Nos cinemas, “A virada” teve um lançamento discretíssimo, arrecadando US$ 37 mil. Mas o que aconteceu em DVD iluminou o caminho dos Kendrick. Foram 300 mil cópias vendidas, semeando o terreno para outros quatro filmes, todos de baixo orçamento e com retorno milionário.
O último foi “Quarto de guerra” (2015), um drama sobre uma família em crise que custou US$ 3 milhões, mas foi lançado pela Sony e lucrou US$ 67 milhões só nos cinemas dos EUA. “Nós buscamos filmes que tenham uma mensagem que possa abençoar as pessoas e as aproximar de Cristo. A gente convidou pastores para as sessões. Se eles gostam, recomendam o filme em suas igrejas”, explicou Carvalho.
Para o mercado cinematográfico, que durante tanto tempo lamentou a venda de cinemas de ruas para igrejas, é uma reviravolta digna dos mais incríveis milagres bíblicos.