Uma das bandas mais aclamadas e lucrativas, David Frazier e a “Outspoken” estavam à beira do estrelato do rock. Mas as drogas acabaram levando o músico a tentar o suicídio. Filho de um pastor, ele teve uma infância tranquila, até que aos seis anos foi molestado sexualmente por um rapaz mais velho.
“Tudo simplesmente mudou dentro de mim, foi um tipo de culpa que eu nem conseguiria dizer com palavras”, disse. O abuso fez despertar sentimentos que ele não conseguia entender. “Era como chegar ao limite de um oceano, prazeres, oportunidades”, explicou.
Aos 16 anos de idade, descobriu a pornografia, se tornando um jovem amargo, que se distanciou da família e de Deus. “Por que isso está acontecendo? Por que me sinto assim? Por que me sinto tão bravo? Por que eu sinto tanto medo e porque me parece que estou sendo esmagado sob o peso da culpa?”, ele se questionava.
David, após o ensino médio resolveu criar uma banda de rock, a “Outspoken”. Em pouco tempo, o grupo estava tocando na frente de milhares de fãs e ele prosperou nisso. “Essa foi a minha nova droga. Eu estava sendo adorado. Eu sabia que quando eles me viam, eles iriam me perseguir pelos corredores. E adorava isso”, relata.
Ser uma estrela do rock alimentou a necessidade de David de sexo e drogas. Mas fora dos holofotes, ele sentiu como é ruim estar sozinho. “Quando eu deixei a banda, ninguém estava lá para me elogiar e eu cai em profundo desespero. Eu ficava sentado no meio do meu apartamento em pura depressão e pensava: ‘Hey, eu tenho uma boa ideia. Vamos buscar algumas drogas. Isso me deixará bem'”, relembrou.
“Tudo o que eu estava vivendo era apenas comprar drogas para ficar nesse estado”. Ele começou a frequentar novamente os ensaios e gravações da banda mas acabou sendo expulso. Nos cinco anos seguintes, ele passou a se aprofundar mais ainda nas drogas. “Eu queria ficar lá porque voltar para a realidade era muito doloroso”, disse.
O cantor tentou se livrar das drogas várias vezes, até a igreja ele frequentou, mas não conseguia se livrar do homem asqueroso que havia se tornado. “Eu era uma concha vazia, sem esperança, sem propósito, sem sentido. Por que estou aqui? O que eu estou fazendo?'”. Um dia, tentando comprar drogas, David foi assaltado. “Eles me deixaram na rua e cortaram meus pneus. Fiquei preso sem dinheiro”.
Ele encontrou uma garrafa de vidro enquanto vagava pelas ruas, quebrou aquela garrafa, e tentou tirar a sua vida, “Eu estava quase cometendo suicídio quando ouvi o Senhor falar comigo. Ele disse: ‘Saia do seu carro e ligue para a sua mãe, agora mesmo’. Era como se alguma coisa estivesse sobre mim e eu não tive escolha”, ressaltou.
David diz que naquele exato momento sentiu paz. “Senti esperança pela primeira vez na minha vida e entendi o que era essa esperança. Era Jesus”. Após algumas semanas, seu irmão o pegou e o levou a uma instalação de reabilitação. Ele diz que seu desejo de drogas desapareceu imediatamente, mas ele ainda teve que enfrentar a verdade. “Eu cheguei a cair, porque era difícil enfrentar o problema. Não era a droga, não era a pornografia. Não era a música. Era eu. Eu era o problema”, pontuou.
David se entregou totalmente a Deus. “Eu entendi que Jesus era Deus, e que Ele morreu por mim. E eu entendi que Ele não era apenas o suficiente, ele era mais que suficiente. Em toda essa loucura, ele me perseguiu. Ele não me deixou ir e eu disse: ‘Eu posso adorar um Deus assim’. E entendi que o Deus que eu pensava que era, não era o Deus que Ele realmente é”.
Vencer tudo aquilo foi muito difícil, mas com ajuda de Deus e sua família, ele superou seu vício em pornografia e sua culpa. Ele se casou com Kim em 2009, e hoje lidera um instituto bíblico e aconselha homens que lutam com vícios sexuais. “Ele ainda estava lá. Ele sempre esteve lá. Ele estava comigo todo o tempo”, finalizou.