Além de ser conhecido pelo seu ministério/denominação Vitória em Cristo, Silas Malafaia também é presidente do Conselho de Pastores do Brasil, que reúne 10 mil líderes evangélicos. Uma das vozes mais contundentes contra o governo do PT, ele está preparando um grande movimento em Brasília dia 11 de maio em frente a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a partir das 17 horas.
Chamado de “ato profético”, o encontro irá coincidir com o fim da votação no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso. Por isso, a organização tenta antecipar para 27 de abril, mas ainda não conseguiu liberação das autoridades.
Em entrevista à rede BBC, Malafaia afirma que será uma mobilização histórica. “Aqui no meu ato vão estar líderes que representam 85% dos evangélicos do país. No Brasil, tem 55 milhões de evangélicos”, afirma o pastor.
Conforme foi anunciado anteriormente, já confirmaram presença o pastor Abner Ferreira, o apóstolo Renê Terra Nova e o apóstolo César Augusto.
A concentração de fiéis será uma mescla de ato político e religioso. “Vamos trazer líderes evangélicos para podermos orar para livrar o Brasil do caos, da desgraça social, desmascarar essa corrupção toda e termos dias de paz e prosperidade”, enfatiza. Contudo, ele esclarece que “não é para ser a favor ou contra o governo”.
À BBC, Silas explica que não haverá pastores que sejam a favor de Dilma por um motivo simples: “Se tivesse algum, ia dar vaia. Eu conheço o que o povo evangélico defende”. A análise é que “80% dos evangélicos são a favor do impeachment”.
Ele ressalta também que “Uns 70 a 80% dos pastores vão se ater só à questão espiritual, vão bater na tecla de orar pelo Brasil”. “Cada líder tem o direito de falar o que quiser: tanto pedir oração, quanto falar algo acerca do governo. Eu vou descer a marreta em cima destes caboclos”, avisa.
O principal objetivo é fazer um “ato profético”. Segundo ele, isso significa “fazer declarações sobre o futuro de um país… Nós vamos declarar que o Brasil vai ser próspero, vai ter paz e vai ficar livre da corrupção, da crise econômica”.
Para Malafaia, “toda a bandalheira vai ser exposta”, mas sem derramamento de sangue.
Resgatando a narrativa bíblica, dispara: “em épocas em que Israel vivia períodos de crise e fome, levantava um profeta que dizia que viria um tempo de paz e prosperidade. E aquilo tudo mudava. Então nós conhecemos esta prática”.
Ao ser questionado sobre os grupos evangélicos que estão a favor da presidente, ele não titubeia: “Isso é o comunismo no Evangelho. A maioria destes caras, não todos, têm ONGs que mamam no governo. Não representam 1% dos evangélicos do país… Eu conheço os caboclos, é tudo petista, meu chapa”.
Para quem reclama que o Estado é laico, e por isso os pastores não deveriam se envolver, o líder do Vitória em Cristo é enfático: “O cristianismo é uma ideologia. Quem disse que a de Marx vale mais? Isso é uma falácia para impedir a manifestação das pessoas. O estado é laico, não tem religião, mas não é laicista, não é contra a religião. Quem falou que a política é laica? Ela representa os anseios e ideologias do povo, sejam eles ateístas, comunistas ou cristãos. Não se pode descartar crenças e valores de uma pessoa”.