O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (25/3) que, caso seja reinfectado pela Covid-19, já sabe quais remédios serão receitados pelo médico da Presidência da República para se recuperar da doença.
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais – que desta vez durou apenas 19 minutos, em vez dos 60 minutos habituais –, Bolsonaro evitou falar em tratamento precoce, ou seja, o uso de medicamentos sem comprovação científica contra o novo coronavírus.
“Se eu, porventura, for reinfectado, eu já tenho o meu médico aqui e já sei o que ele vai receitar para mim – o que me salvou lá atrás”, declarou, no entanto, o presidente, se referindo ao período em que foi infectado pela Covid-19 em julho de 2020 e tomou medicamentos sem comprovação científica.
O presidente comentava que antes, durante a gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, a orientação do Ministério da Saúde era “fique em casa e só vá para o hospital quando estiver com falta de ar”. Depois, passou a se orientar que o atendimento fosse procurado a partir do primeiro sintoma.
“Não tem um medicamento certo para isso ainda, de forma clara, né. Não existe medicamento para isso ainda, mas o medico tem alternativas e pode salvar a sua vida com essa alternativa. Então o atendimento imediato é bem-vindo e necessário”, afirmou.
Vacinação atrasada
Na live desta quinta, Bolsonaro ainda voltou a falar que “parece que só o Brasil é que tem problemas” com a Covid-19 ao mencionar o atraso na entrega dos imunizantes e que “tudo o que foi possível fazer”, foi feito durante a gestão do agora ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
“E agora o [novo ministro da Saúde, Marcelo] Queiroga continua com esse trabalho. Mas a questão de vacinas temos problema no mundo todo”, declarou o presidente que, em seguida, leu algumas notícias de atraso de imunizantes em alguns países, como Japão e Itália.
“Problemas vários países têm, não é uma exclusividade no Brasil; porque não é atraso, é quantidade de vacina – o mundo todo quer. Alguns acham que comprar vacina é pegar uma avião aqui, ir lá fora, botar [as doses] para dentro e trazer para cá. Não é assim”, disse.
“Não tem vacina dessa forma disponível no mercado. E isso vem de projetos e acordos que fizemos lá atrás e estão chegado aqui agora”, reforçou, sem mencionar que, no ano passado, o governo negou ao menos três ofertas da farmacêutica Pfizer, perdendo cerca de 3 milhões de doses da vacina.
Desde que as negociações para a compra de vacinas contra a Covid-19 tiveram início, o governo federal tem enfrentado dificuldades para importar doses e insumos necessários para a produção de imunizantes.
O Ministério da Saúde foi alvo de críticas e pressão – que ocasionou na queda de Eduardo Pazuello. Agora, a pressão está em cima do chanceler Ernesto Araújo. O Palácio do Planalto já busca um nome menos ideológico para substituir o diplomata.