Via Estadão
O Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), declarou voto no sábado em Jair Bolsonaro, deputado federal e candidato a presidente da República pelo PSL.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o PRB, partido ligado a Universal, já manifestou internamente predileção por Bolsonaro num segundo turno entre ele e o candidato do PT, ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, cenário mais provável segundo pesquisas de intenção de voto. O partido coligou-se ao tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno, mas prepara-se para entrar na campanha de Bolsonaro. A informação foi pública no sábado, pelo jornal O Globo.
O religioso da maior igreja neopentecostal do país e a mais influente eleitoralmente usou seu perfil oficial certificado no Facebook para responder ao questionamento de um fiel da IURD, que deseja saber quem ele apoiaria na eleição para presidente da República.
O corretor de imóveis Antonio Mattos, simpatizante de Bolsonaro, comentou em um vídeo de Macedo, cujo conteúdo não tinha a ver com eleição: “Queremos saber bispo (sic) do seu posicionamento sobre a eleição pra presidente”. O bispo respondeu de forma direta: “Bolsonaro”.
Em eleições anteriores, a Igreja Universal apoiou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), hoje candidata ao Senado em Minas Gerais. O PRB, partido ligado à igreja criado durante o governo Lula, participou das últimas gestões petistas, mas desembarcou do governo e apoiou o impeachment. A sigla comanda o Ministério da Indústria no governo Michel Temer.
A universal decidira ficar “neutra” na disputa presidencial, sem fazer declarações oficiais, nem indicar posição. Uma fonte com transito na cúpula da denominação disse que a posição poderia ser revista ao longo da semana, e outros líderes religiosos evangélicos esperavam um posicionamento do Bispo Edir Macedo. Oficialmente, a Universal disse a reportagem, na quinta-feira a noite, que “incentiva a todos os cristãos, de todas as denominações, a escolherem candidatos comprometidos com os valores da família e da fé”.
Um dos elos entre a campanha de Bolsonaro e líderes da Universal são os integrantes da comunidade judaica, que colaboram com a campanha do PSL e mantêm vínculos com religiosos graduados da igreja. A Universal adotou a simbologia judaica, e o ex-capitão do Exército também passou a se posicionar de acordo com bandeiras defendidas por Israel. Em 2016, viajou ao país com os filhos e foi batizado no Rio Jordão pelo pastor Everaldo Pereira, da Assembléia de Deus Ministério Madureira.