O ataque a milhares de computadores em 99 países teve uma “escala sem precedentes”, segundo avaliação feita pela Europol, a polícia europeia. O número de países atingidos aumentou.
Especialistas dizem que os hackers usaram uma ferramenta criada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos para conseguir invadir computadores.
A Europol disse que só uma investigação internacional complexa pode identificar quem está por trás do ataque. Mais de 75 mil computadores foram afetados.
O vírus foi apelidado de wannacry, que significa “quero chorar” em português. Ele sequestra o computador: codifica todas as informações e, para tê-las de volta, o usuário tem que pagar, no mínimo, US$ 300.
Não está claro quantas pessoas e organizações pagaram esse resgate, mas os hackers podem ter embolsado, segundo estimativas, mais de US$ 1 bilhão.
O primeiro órgão a avisar que tinha sido atingido na sexta-feira (12) foi o Sistema de Saúde do Reino Unido. Médicos perderam acesso aos dados de pacientes e o atendimento nas emergências foi prejudicado.
Instituições do mundo inteiro foram atingidas: desde o governo russo até o Fedex, serviço de entregas de encomendas americano.
Todos os computadores afetados funcionam com o sistema operacional Windows, da Microsoft. A empresa disse que a atualização mais recente, lançada em março, protege contra esse tipo de ataque, o problema é que muitas empresas ainda usam versões antigas, que não recebem mais atualizações e, por isso, estavam suscetíveis.
Na verdade, essa fragilidade do Windows foi descoberta pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. A NSA desenvolveu então uma ferramenta para explorar essa brecha – e usar como uma arma virtual. O problema é que essa ferramenta foi roubada por hackers no ano passado.
Desta vez, o ataque criou um herói por acidente: um inglês de 22 anos que trabalha para uma empresa de tecnologia acionou, sem querer, um mecanismo para desativar o vírus que os próprios hackers haviam criado e o ataque parou de se espalhar pelo mundo.
Mas os especialistas dizem que é questão de tempo para que os hackers encontrem um jeito para reativar o vírus e os ataques recomecem.
Enquanto isso, a recomendação para a gente, cidadãos comuns, é atualizar os sistemas operacionais e antivírus e fazer um backup dos documentos importantes em um HD externo, sem conexão à internet, que vai funcionar como um cofre das informações virtuais pessoais