Após lesão cerebral, menino que foi declarado ‘morto’ volta à vida e se batiza

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Da morte súbita para a vida. Assim se resume a história de Caê, 10 anos, que se recuperou milagrosamente de duas paradas cardíacas, convulsões e graves lesões cerebrais em pouco menos de quatro meses.

Em junho do ano passado, Caê estava subindo as escadas de uma quadra de futebol, após assistir a uma partida com o padrasto, quando desmaiou. O garoto sofreu convulsões, duas paradas cardíacas e ficou entre 15 e 20 minutos sem oxigenação no cérebro, resultando em graves lesões que afetaram todas as regiões cerebrais.

Quando foi levado às pressas ao hospital público Walfredo Gurgel, em Natal, no Rio Grande do Norte, a família descobriu uma doença que nunca tinha dado sinais antes — a cardiomiopatia hipertrófica, uma patologia de origem genética caracterizada pelo engrossamento do músculo do coração.

Caê ficou em coma induzido durante 14 dias sendo submetido a exames, até o diagnóstico ser formulado pela equipe médica. No entanto, depois que os sedativos deixaram de ser aplicados, ele não voltou a ser o mesmo.

“O Caê não enxergava, não falava, não andava, fazia alguns movimentos, mas as mãos estavam um pouco atrofiadas”, disse em entrevista ao Guiame a mãe do garoto, Flávia Romano, 33 anos.

Diante do quadro, a Igreja Bola de Neve em Natal, na qual a família faz parte, se uniu para orar e jejuar por Caê. “Começamos a ver os milagres desde o início. Deus começou a me mostrar que desde o começo estava no controle”, conta Flávia.

Ela lembra que no dia do desmaio de seu filho, um policial surgiu para realizar uma massagem cardíaca em Caê e seu marido, Filipe Leandro, 28 anos, decidiu levar o garoto por conta própria até um hospital público, sem esperar a chegada do Samu.

“Isso tudo foi direção de Deus, porque se ele [Filipe] tivesse esperado o Samu, o Caê tinha morrido. Se ele tivesse ido para um hospital particular, o Caê tinha morrido, porque o hospital público é mais preparado para receber pacientes que estão em parada cardíaca”, observa a mãe.

Quando Caê chegou em estado grave no hospital, o médico realizou a desfibrilação por cinco vezes. “Geralmente, uma criança volta com adrenalina e massagem cardíaca. Realmente, ele estava mesmo sem vida. O documento do hospital diz que ele entrou em uma morte súbita que foi revertida”, lembra Flávia.

Oração que sustenta

Enquanto isso, amigos, familiares e pessoas de diversas igrejas permaneceram em oração contínua. Depois de 45 dias de internação, os médicos informaram à família que Caê não voltaria a falar, andar e poderia ficar em estado vegetativo.

“Foi bem difícil ouvir isso, mas para Deus nada é impossível. Ele começou a reagir, aos poucos começou a enxergar, resmungar e dar sinais que ouvia. Depois de sair do hospital ele ainda não me reconhecia, enxergava um pouco, já falava algumas palavras, mas muito enrolado”, observa Flávia.

A mãe conta que os milagres e avanços foram acontecendo através de orações específicas. “Ele foi para casa com sonda e sem me reconhecer. No quarto dia, ele comeu e mastigou pela primeira vez. No sexto dia, que era uma sexta-feira, eu encomendei uma cadeira de rodas, mas no sábado ele andou”.

Para Flávia, receber apoio da igreja foi fundamental. “Por muitas vezes, eu não tinha fé, confesso, mas a igreja estando presente, as orações do povo, as pessoas que vinham me visitar de muitas igrejas no hospital, me trouxe ânimo. Eu recebi muitas profecias de que essa doença não era para morte, era para vida. Isso com certeza alimentou a minha fé”, destaca.

Vida após a tempestade

Hoje, aos 10 anos, Caê voltou a ter uma vida normal. Apesar de ter uma pequena sequela na parte cognitiva que afeta o aprendizado, ele se comporta normalmente e até mesmo decidiu se batizar.

“A primeira vez que eu fui batizado pela Espírito Santo, eu senti uma coisa sobrenatural. Uma coisa que eu nunca senti antes”, contou o garoto num culto em sua igreja, em setembro do ano passado.

Para a medicina, a rápida recuperação de Caê é considerada um milagre. “Deus fez o que poderia demorar anos ou uma vida toda para a recuperação, porque existe a plasticidade do cérebro. Mas Deus quis que tudo acontecesse para a glória Dele. Em dois meses, meu filho já estava andando, falando e voltou à escola”, celebra Flávia.

“Hoje não somos mais os mesmos”, reconhece a mãe de Caê. “Além de ter ganhado meu filho de volta, eu ganhei uma fé inabalável. Assim como Jó, que conhecia de ouvir falar, eu passei a conhecer verdadeiramente a face de Deus. Não vou dizer que hoje não tenho problemas, mas nada se compara àquilo que o meu grande Deus pode fazer”.

(Guiame)

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