O novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel, em vigor a partir desta terça-feira (6), deverá impactar em todos os segmentos produtivos, inclusive no setor industrial. Com isso, os custos referentes à logística e à geração de energia elétrica, fundamentais para a cadeia produtiva, deverão ser onerados incidindo no preço final dos produtos, nos próximos meses.
De acordo com o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, as fabricantes dependem do frete tanto para o recebimento quanto para o envio de produtos aos demais estados, e o combustível é o insumo necessário para essa logística. O resultado é o encarecimento nos preços em cadeia (fabricante e consumidor final).
Prejuízos vão além do transporte
Além disso, Périco ainda explicou que a energia fornecida às indústrias por meio de geradores, e pelas termelétricas, é gerada a partir do diesel, e também deverá ter os custos acrescidos.
“O custo do que compramos de outros estados e do que entregamos para outros estados deverá ter aumento. Muito da energia gerada pelos geradores das indústrias e pelas termelétricas são a diesel. Isso pode trazer sim aumento no custo de tudo. Da energia elétrica, do frete do transporte, conjunto que vai afetar o preço do produto”, analisou o empresário.
Reajuste do salário mínimo não acompanha alta dos preços
Segundo o presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Martinho Luís Azevedo, os constantes reajustes nos preços dos combustíveis estão atrelados a questões dos mercados internacional e interno. Ele destaca que a principal problemática no cenário atual é que o valor do salário mínimo não acompanha os aumentos nos preços.
“Os agentes econômicos estão sempre se ajustando ao patamar do mercado. Não há como impedir os reajustes, e o consumidor tem que se adequar aos preços”, comenta.
Por fim, Azevedo acredita que os impactos decorrentes dos aumentos nos preços dos combustíveis poderão gerar elevação no preço final do que é fabricado pelas indústrias, nos próximos meses.
“O setor industrial trabalha com planejamento. A repercussão poderá ser sentida em alguns meses, com o reflexo desse reajuste no preço final do que é fabricado pelas indústrias no estado”.
Texto: Priscila Caldas