Em reunião nesta terça-feira, 24/4, representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e dirigentes das secretarias municipal e estadual de Saúde (Semsa e Susam), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e Coordenação do Programa Nacional de Combate à Malária, discutiram ações para combater o avanço da doença na capital e no interior do Amazonas, na sede da Susam.
O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, confirmou que há previsão de um aumento significativo de casos no período de maio a agosto e que são necessárias ações concentradas, envolvendo todas as instituições para que esses números não sejam ainda maiores.
“Nós precisamos nos antecipar para que esses casos que, historicamente, aumentam até o mês de agosto, possam sofrer diminuição porque existe essa tendência. O município de Manaus tem sofrido com o aumento de casos, muito em função das invasões de áreas de floresta”, alertou Magaldi.
Durante a reunião, Magaldi ainda citou a presença dos agentes comunitários de Saúde (ACSs) que estão atuando neste processo, com efetividade, utilizando o teste rápido de detecção da malária.
Estado e Município devem criar estratégias conjuntas para combater o avanço da doença em Manaus, com a presença de técnicos e insumos da Fundação de Vigilância em Saúde, de acordo com o presidente Bernardino Albuquerque.
“Quatorze municípios são responsáveis por mais de 80% dos casos de malária. Devemos concentrar nossas ações nesses locais. É preciso também promover a formação de novos profissionais para atuar nas frentes de combate à malária”, destacou Bernardino.
A Opas convidou todos a estarem reunidos, ainda este ano, em um evento que vai traçar novas estratégias de atuação contra a malária no país. O assessor regional para malária nas Américas, Roberto Montoya, citou que, em alguns países, a doença já foi praticamente erradicada.
“Precisamos promover o fortalecimento das ligações com as entidades públicas. É muito importante interagir com vocês, com a intenção de apoiar as ações contra os avanços da malária e consolidar essa cooperação é um objetivo importante para oxigenar as respostas dessas ações”, disse Montoya.
Ele citou ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolve um plano global para a eliminação da malária. “Na China está quase eliminado. São apenas 30 casos registrados”, observou.
Para o coordenador do Programa Nacional de Combate à malária, do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, as equipes do Amazonas estão entre as mais capacitadas do país. “Temos essa visão a respeito das atitudes de eliminação da malária. Mas a gente precisa de um apoio político para que essas ações não sejam encerradas”, afirmou.
Ele citou o exemplo positivo em Eirunepé, interior do estado. “Eirunepé é um exemplo importantíssimo de redução. Em 2017 foram apenas 150 casos. A ideia é criar estratégias eficazes de eliminação da doença no Brasil em específico o estado do Amazonas”, completou Cássio.
O secretário executivo de Saúde do Amazonas, Orestes Guimarães, concordou que as ações integradas são fundamentais para que se obtenham resultados efetivos. “Nós sempre buscamos parcerias para o combate à doença e essa é uma atitude que continua a nortear as ações do estado. Houve uma evolução de processos e hoje nós temos os melhores técnicos trabalhando na área”, ressaltou.
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Texto: Agnaldo Oliveira Júnior/Semsa
Foto: Divulgação / Semsa