A rotina do medo da minoria cristã no Egito: ‘Não temos lugar aqui’

0
406

Eles estavam entre quase 50 pessoas mortas em ataques coordenados contra duas igrejas. O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria dos atentados — realizados no Domingo de Ramos.

Padres que vivem no mosteiro dizem que a perseguição é tão antiga quanto a fé cristã.

“A história dos cristãos é assim”, disse o padre Elijah Ava Mina, em túnica preta que contrasta com a longa barba branca. “Jesus disse: ‘Estreita é a porta e difícil o caminho’.”

A cripta tem agora sete caixões, mas há espaço para mais. Ataques futuros são praticamente certos. O braço egípcio do EI já afirmou que cristãos são suas “vítimas favoritas”.

Estima-se que essa minoria sitiada corresponda a 10% da população egípcia, país de 90 milhões de pessoas de maioria muçulmana.

A maior parte dos cristãos no país pertence à Igreja Ortodoxa Copta, cuja origem é traçada desde o apóstolo São Marcos. O EI atacou o coração histórico dessa fé. Um de seus alvos foi a igreja mais antiga do Egito — a Catedral de São Marcos, no porto de Alexandria.

‘Meu filho’

Quando o autor do atentado chegou aos portões de ferro da catedral, Gergis Bakhoom tinha acabado de sair. De volta a sua pequena alfaiataria, o senhor de 82 anos soube da explosão.

Ele correu ao hospital em tempo de testemunhar seu filho mais velho, Ibrahim, dar seu último suspiro.

Gergis Bakhoom escapou por pouco do atentado na Catedral de São Marcos (Foto:Reprodução/ Internet)

Fonte: BBC BRASIL

Comentário