Cerca de 400 milhões de gafanhotos podem chegar ao Brasil após a passagem da praga pela Argentina. Na segunda-feira (22), autoridades do governo daquele país informaram que uma nuvem dos insetos levantou voo na província de Corrientes e que pode atravessar a fronteira com o Rio Grande do Sul. As imagens se espalharam pelas redes sociais.
De acordo com a Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar do governo da Argentina (Senasa), 1 km² de uma dessas nuvenas pode ter 40 milhões de gafanhotos, com potencial de devorar, por dia, a quantidade de comida que 35 mil pessoas ou até o que 2 mil vacas consomem.
A nuvem que está avançando pelo Sul do Brasil segue sendo monitorada desde o dia 28 de maio e pode chegar a 10 km², o que corresponde a 400 milhões de insetos, que podem devorar o equivalente ao que 350 mil pessoas ou 20 mil vacas podem consumir por dia em alimentos.
Em entrevista à CNN, Covatti Filho, secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul disse que o estado está preparando um plano de contigência, para tentar amenizar os impactos da passagem desses insetos pelas cidades gaúchas.
“É um assunto que nos deixa em alerta. Estamos em contato com as autoridades da Argentina, Uruguai e do Paraguai, porque essa nuvem começou nessa região. Estamos acompanhando o andamento desta nuvem e por onde ela passou. Estamos empenhados em fazer planos de contingência caso a nuvem chegue no Rio Grande do Sul, na tentativa de conter essa grande quantidade de animais. A situação é muito preocupante”, declarou.
O secretário afirmou ainda que há uma grande preocupação por parte dos produtores agrícolas, principalmente os de trigo, que ainda lidam com os impactos da última safra abaixo das expectivas previstas pelo setor.
“Os produtores estão muito apreensivos com a movimentação desta praga pois eles estão saindo de uma safra ‘frustrada’ e entrando na safra de inverno, onde já fizeram suas plantações – cultura do trigo e pasto. Por isso nós estamos trabalhando, juntamente com o Ministério da Agricultura, estudando fazer um decreto de alerta para o Rio Grande do Sul. Também estamos estudando a implementação de defensivos agrícolas que podem ser aplicados nessa nuvem para tentar amenizar os problemas.”, concluiu Covatti.
CNN Brasil*