Uma pesquisa realizada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, localizada em São Paulo Capital, constatou que 40% das mulheres vítimas de agressões verbais e não verbais dos companheiros são evangélicas.
De acordo com o relatório da pesquisa, que foi realizada em 2016 através de dados de Organizações não governamentais, muitas mulheres evangélicas não denunciavam os maridos porque eram influenciadas por líderes religiosos. O documento afirma que: “A violência do agressor é combatida pelo ‘poder’ da oração. As ‘fraquezas’ de seus maridos são entendidas como ‘investidas do demônio”, então a denúncia de seus companheiros agressores as leva a sentir culpa por, no seu modo de entender, estarem traindo seu pastor, sua igreja e o próprio Deus”.
O pastor Renato Vieira Matildes, no programa De Tudo Um Pouco, da Rede Super, afirmou que a ação espiritual não é descartável, mas que as medidas para a segurança das mulheres é prioridade. “Deus realmente continua fazendo a sua obra. Porém é mais difícil a gente instruir essas pessoas. É difícil você sentar com um casal e sentar com eles uma noite, um dia. Essas são questões difíceis de lidar e as pessoas não querem fazer isso e caminham para o lado mais fácil. Isso não pode e não deve ser assim”, argumentou.
O advogado Antonio Cintra Shimidt, também em entrevista ao programa, relatou que as igrejas devem ter condições de ajudar as vítimas, e que qualquer iniciativa de denúncia é motivo para alerta. “A mulher tem um receio tremendo por todos esses fatos, de fazer uma denúncia, de expor a convivência familiar dela e em qualquer nível. Acontece que as vezes não é ela que expõe. O vizinho, por exemplo, vê uma agressão e pode fazer a denúncia. E feita a denúncia, a polícia vem e dali para frente não tem mais como parar o processo.”